Atualizado em:
12/04/2007
América Móvil foi o grupo que mais cresceu no Brasil nos últimos 3 anos
A tabela a seguir apresenta os principais grupos de telecomunicações do Brasil por receita bruta em 2006.
- |
R$ Bilhões |
Receita Bruta |
Valor de Mercado |
1 |
Telefonica/Vivo |
36,6 |
42,3 |
2 |
Telemar (Oi) |
24,2 |
15,4 |
3 |
América Móvil/Telmex* |
24,2 |
- |
4 |
BrT |
15,1 |
8,9 |
5 |
Tim |
13,9 |
21,4 |
*A América Móvil é hoje a controladora da Telmex e das operadoras de celular do Grupo. No Brasil o grupo controla a Claro e a Embratel. Possui também uma participação na Net que adquiriu a Vivax.
Estes grupos, com exceção da América Móvil, ocupam esta posição desde o processo de privatização em 1998.
A presença da América Móvil passou a ter uma maior relevância no Brasil a partir de 2003, quando ela concluiu a aquisição das operadoras da Bell South (BCP e BSE) e consolidou suas operações sob a marca Claro. Em 2004 o grupo (Telmex) passou a controlar a Embratel. Em 2005 foi adquirida uma participação na Net que em 2006 comprou a Vivax.

O Grupo da América Móvil terminou 2006 praticamente empatado em 2º lugar com a Telemar (Oi).
A estratégia de crescimento através de aquisições, adotada no Brasil, vem sendo praticada também nos outros países da América Latina. A operadora de celular da América Móvil (CTI) foi a que mais cresceu nos últimos 3 anos na Argentina. Veja: Por que o celular cresce mais na Argentina que no Brasil?
No final de 2006 a América Móvil apresentou
uma proposta para comprar a Tim no Brasil. Em Abr/07 a
América Móvil e a AT&T anunciaram negociações
com a Pirelli para adquirir uma participação
no controle da Telecom Italia. A aquisição
da Tim no Brasil transformaria a América Móvil
no maior grupo de telecomunicações do Brasil.
Consulte: Como ficaria
o celular no Brasil se a Claro comprasse a Tim?
Este crescimento agressivo tem, no entanto, um custo. A América Móvil tem apresentado no Brasil margem EBITDA menor que os demais grupos. Na América Móvil a balança está pesando mais para o crescimento do que para a rentabilidade.

Enquanto a América Móvil cresce no Brasil, as demais parecem estar acomodadas em sua área de atuação.
Telefonica, Telemar e BrT têm na telefonia local o seu principal negócio. Este mercado vem sofrendo, no entanto, uma forte competição do celular e do VOIP. A receita de serviço
local das 3 operadoras decresceu 1,5% em 2006. A perda
só não é maior devido ao crescimento da receita de banda larga.
A Telefonica, sem muitas possibilidades de crescimento na telefonia fixa, e com a Vivo perdendo mercado, procura expandir sua atuação na TV por Assinatura com a aquisição da TVA e a entrada no mercado de DTH.
A Telemar (Oi) necessita passar por uma reestruturação societária que coloque a empresa em condições de fazer investimentos para expandir a sua área de atuação. A proposta apresentada em 2006 fracassou por oposição dos detentores de ações preferenciais. A Telemar procura agora contornar o problema, através de uma oferta pública para adquirir as ações preferenciais no mercado.
A Brasil Telecom não apresenta também condições
para uma expansão mais agressiva antes da resolução
da questão societária, com a venda da participação
da Telecom Italia na operadora. A Orascom, operadora com
sede no Egito, e o Citi/fundos de pensão são
os principais candidatos a comprar esta participação.
As mudanças em curso na Telecom Italia poderão ter um grande impacto no cenário apresentado consolidando ainda mais a ascensão da América Móvil.
Diante deste quadro pergunta-se:
- A América Móvil irá se tornar o maior grupo de telecomunicações do Brasil? Qual será a reação da Telefonica?
- Qual o futuro de Telemar e Brasil Telecom? Continuarão existindo como grupos autônomos? Irão se fundir? Serão incorporados por outros grupos?
- As autoridades Brasileiras permitirão
maior concentração econômica em telecomunicações?
- Um novo grupo, como a Orascom, irá entrar no mercado brasileiro de telecomunicações?
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